50 anos de Dungeons & Dragons, em 2024, o D&D completa 50 anos de existência.
Sim, meio século de existência do Dungeons & Dragons e, de certa forma, do RPG, uma vez que embora seja impreciso, não é errado dizer que D&D criou o RPG.
O que faz com que a data tenha importância até mesmo para os fãs de outros sistemas.
Alcançar os 50 anos tem uma grande importância, especialmente nos dias de hoje, com a grande explosão das mídias e como elas tem sido transformadas pela tecnologia, com muita gente a até pouco tempo anunciando de forma catastrófica que o RPG desapareceria justamente por conta dos videogames.
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Talvez por isso que seja tão importante tentar entender algumas das ações que fazem parte dessa celebração, entender como elas surgem, quais podem ser seus objetivos maiores e qual é o cenário que elas encontram, não apenas
50 anos de Dungeons & Dragons: Documentário
Entre muitas promessas por parte da Wizards of the Coast para a celebração desses 50 anos de Dungeons & Dragons, chama a atenção um documentário que deve falar não apenas sobre a história do D&D.
E também da história do D&D na vida de diversas pessoas “famosas” como diretores de cinema, escritores, etc.
Esse documentário está sendo encabeçado por Joe Manganiello que é conhecido por vários papéis em filmes e séries, como o Flash Thompson em Homem Aranha ou mesmo o Lobisomem Alcides de True Blood, mas principalmente pelo papel de Slade Wilson, o Exterminador no final do filme da Liga da Justiça.
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Talvez a única coisa que me incomode nessa premissa seja o risco da produção acabar se concentrando demais em tentar mostrar personalidades que já jogaram D&D e afirmam o quanto isso foi importante em suas vidas, mas acabem por se mostrar como algo apenas pequeno e oportuno para tal documentário.
Sim, me chamem de chato!
Clima tenso entre os Brothers
Um grande problema para essa celebração é o clima tenso que ainda existe entre a comunidade e a WotC, uma vez que o começo de 2023 foi coroado pela polêmica da OGL, que mostrou uma WotC mesquinha e que, embora tenha voltado atrás em sua decisão, ainda não conseguiu convencer a comunidade.
O simples fato da empresa ter tentado repetir o fracasso de público que foi o D&D 4, mostra algo inegável em grandes empresas, as ideias (especialmente as ruins) podem até ser suprimidas, mas eventualmente elas surgem novamente, seja por ser algo natural que o ambiente propicie, seja por uma cultura que seja passada adiante a cada nova gestão mesmo que de forma indireta.
Por mais que a WotC tenha voltado atrás, alguns recentes fiascos como o Creator’s Summit (na palavra de seus participantes) parece mostrar que as pessoas que realmente tem poder de decisão lá dentro.
Assim parecem desconectadas do mundo ligado ao produto que vendem, fazendo com tomem decisões que podem parecer acertadas para diversos mercados e segmentos, mas que já se provaram não apenas ineficazes, mas também danosas no meio do RPG.
Filme passa pano?
O filme de D&D, que aparentemente está bom (sim, eu ainda não assisti ao filme) e tendo uma boa performance com o público, além de um Minecraft D&D que pode atingir em cheio uma nova audiência, podem acabar fazendo com que essa celebração não tenha na verdade cara de enterro.
Seria esse filme e o seu sucesso, a realização de muitos jogadores em finalmente verem D&D e o RPG sendo representados de forma digna nas telas, suficiente para que todos últimos problemas possam ser esquecidos e a comunidade se reúne em volta de uma fogueira para celebrar esse marco tão importante para o RPG?
Esse é um resultado ainda por acontecer e só então podendo ser analisado, afinal, por melhor que o filme seja, nada garante que ele traga pessoas para o D&D, uma vez que embora seja a maior exposição à grande mídia que o RPG já teve, falamos de uma época transitória e de pensamentos e sentimentos voláteis.
É completamente possível que uma pessoa que tenha amado o filme sequer tenha interesse em conhecer o tal D&D a fundo, como aconteceu com os filmes da Marvel e os quadrinhos.
Um D&D?
No entato, para a comunidade do RPG em si, o mais importante certamente é o One D&D, uma nova versão que não exatamente uma nova versão, mas sim uma revisão do D&D 5.
Essa versão, na teoria, será compatível com o D&D 5, mas ainda assim ela deve contar com um novo livro do jogador e um novo livro do mestre, o que torna a afirmação de compatibilidade um pouco estranha,
Sim, a história é confusa e provavelmente será esclarecida apenas durante o lançamento, mas essa ação seria uma forma de tentar unificar o D&D enquanto produto e não mais ter uma numeração de versões.
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Algo que honestamente não me agrada, pois por mais que o sistema possa ter pequenas mudanças ao longo do tempo, chega um momento em que ele é algo diferente.
É o Paradoxo do Navio de Teseu, quanto o D&D One pode modificar o D&D 5 gradativamente até que ele deixe de ser de fato o D&D e seja algo novo, mas que apenas mantenha o nome por razões de legado e comerciais óbvias?
Se você comparar as versões já existentes percebe que são jogos diferentes, logo, ainda mantenho a mente aberta mas não acredito tanto nessa compatibilidade.
Role 1d20
Essas são apenas algumas das ações que envolvem a celebração de 50 anos de Dungeons & Dragons que recebemos e tiveram anúncio público.
Entretanto existem outras já anunciadas e certamente muito mais deve estar no planejamento da WotC.
Ou ao menos eu quero acreditar nisso, uma vez que muitos sinais vermelhos se levantaram nesses últimos meses e o receio seja grande.
A oportunidade que a WotC parece estar construindo para essa celebração de 50 anos é algo que não deve ser desperdiçado, mesmo que sejam apenas essas as ações.
Os holofotes estarão sobre o D&D e a Wizards of the Coast, que mesmo que tenha se tornado algo estranho no meio da jornada, nasceu como uma empresa voltada ao RPG.
Com tanto lucro que a franquia D&D tem dado à empresa, só nos resta esperar que eles aprendam que a comunidade ama o produto.
De modo que entendam esse amor e o correspondam de forma capitalista, mas também amorosa, como um agradecimento pelo que esses 50 anos representam.
Texto escrito por Arddhu