D&D Honra entre Ladrões Será que acertam agora? (a tradução no Brasil ficou Honra entre Rebeldes).
Antes de mais nada, não, eu ainda não assisti a esse filme então com certeza esse artigo não tem spoilers, mas vamos falar sim sobre o novo filme de D&D, especialmente por alguém que teve a “infelicidade” de assistir ao filme original que se chamava Dungeons & Dragons.
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Sim, a mácula desse primeiro filme de D&D lançado em 2000 jamais poderá ser apagada.
Ele é o primeiro de seu nome e todos que vieram na sequência (sim, o mais recente é o terceiro filme ) até esse ano de 2023, conseguiram ser sucessivamente piores.
O filme de 2005 que tinha o subtítulo de “Wrath of the Dragon God” (traduzido por aqui como O Poder Maior) ou mesmo a derradeira sequência de 2012, The Book of Vile Darkness que aparentemente não teve uma tradução.
Começo falando do que foi ruim, péssimo e até mesmo, vil, para que possamos limpar a alma antes de abraçar a ideia da Honra entre Ladrões.
D&D Honra entre Ladrões é um título bem menos pretensioso do que apenas D&D ou mesmo títulos pomposos como os filmes 2 e 3 da série.
Vale ressaltar que a tradução Honra entre Rebeldes não foi muito feliz, porque a palavra Thieves (ladrões) em inglês remete muito mais ao lore de D&D do que a palavra rebelde.
Então, desse modo, neste artigo vamos nos referir ao filme como Honra entre Ladrões.
D&D Honra entre Ladrões: Acertaram?
Enquanto escrevo esse artigo, muitas pessoas já assistiram ao filme, que está em cartaz há bastante tempo até.
Existem diversas análises bem positivas por aí, o que cria uma atmosfera um pouco mais agradável e propícia para que eu realmente considere assistir a esse filme, apenas como limitação o valor que está um “cineminha” hoje em dia.
Lembre-se que “cineminha” não é apenas o ingresso.
Logo, sabendo que o filme já foi imensamente analisado e parece ter saído ileso, me sinto um pouco mais confiante de que as três experiências terríveis de antes não serão repetidas nessa retomada das masmorras e dragões no universo cinematográfico.
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Ainda assim, cautela é sempre importante, então não espero uma obra prima nem mesmo a total redenção, ao passo que um filme que não insulte a inteligência já seria satisfatório.
Um filme que consiga entreter e divertir pela duração, que apresente recursos do cenário em questão, Forgotten Realms, e consiga trazer uma trama minimamente interessante, é tudo que sempre foi desejado.
Os fãs dos anos 2000 não esperavam o filme definitivo, ou mesmo uma obra que conseguisse traduzir a experiência de uma sessão de RPG, apenas esperavam que não fosse tão catastrófico quanto foi.
Os três primeiros filmes de D&D
Pode até ficar um pouco estranho, mas muito do fracasso do primeiro filme foi escondido ou esquecido justamente pelo lançamento de Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, no ano seguinte, conseguindo trazer de forma encantadora e memorável uma experiência excelente.
Embora não fosse de fato basedo em RPG, o filme era baseado na obra mãe do RPG escrita por Tolkien e amada por muitos dos fãs de D&D.
Julgo até que se não fosse a trilogia de Peter Jackson, provavelmente os filmes de 2000, 2005 e 2012, seriam uma das principais referências a RPG e mundos envoltos no “fantástico-medieval”, o que provavelmente inviabilizaria o reavivamento do RPG que aconteceu nos últimos 10 anos.
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Sim, os filmes foram terríveis e eu prometo que encerro aqui essa afirmação para que esse artigo não seja apenas com os deméritos deles.
Ao que tudo indica, o filme atual não apenas não tem qualquer relação com três primeiros filmes, mas também não possui nenhuma similaridade, exceto o nome da marca Dungeons & Dragons.
A única referência a obras anteriores, está no saudoso Caverna do Dragão, o desenho animado dos anos 80 que deixou sua marca (assistam ao episódio 22, a Caverna do Amanhecer) ao menos no Brasil, onde até hoje é referenciado por quem assistiu na época ou mesmo depois.
Caverna do Dragão
Essa série animada que foi produzida na época pela Marvel, TSR (a primeira) e até pela Toei, teve um total de 27 episódios e eu posso dizer a vocês que eu só consegui assistir a todos recentemente, pois naquela época as grades televisivas eram uma bagunça.
série foi até esse novo filme, o melhor retrato de D&D, embora trabalhasse a trama com algo que hoje em dia os adolescentes chamam de Isekai.
A premissa era que seis jovens foram levados ao mundo fantástico ao embarcarem em uma montanha russa com o nome do jogo, D&D e lá tiveram suas aventuras guiadas pelo Mestre dos Magos (no original, Dungeon Master).
O que fazia uma alegoria de que talvez aquelas crianças estivessem de fato jogando RPG em uma mesa.
Talvez Jumanji, o primeiro filme lançado em 1995, tenha sido o primeiro filme a trazer um jogo (embora não fosse RPG, mas sim um board game) que utilizava essa conexão lúdica entre um jogo e a realidade.
Isso certamente aumentou as expectativas para que um filme baseado em D&D seria pelo menos naquele nível.
Honestamente, se tivesse sido no nível de Caverna do Dragão pelo menos, teríamos sido mais felizes na época.
E o novo filme de D&D Honra entre Ladrões?
O filme novo já mostrou bastante em seus trailers, desde magos vermelhos de Thai, passando por criaturas clássicas:
…como a Pantera Deslocadora, Cubo Gelatinoso e até mesmo um Dragão Vermelho que ao aparecer na tela não causava sentimento de constrangimento ou vergonha alheia.
E olha que em 1996, o filme Coração de Dragão já tinha entregado um bom dragão em computação gráfica, mas o melhor realmente veio no ano seguinte ao primeiro filme de D&D, um filme chamado Reino de Fogo com Christian Bale, o Batman do Nolan.
Minha primeira reação ao ver isso, foi um misto de felicidade do adolescente jogador de RPG, com tristeza do adulto que sofreu assistindo seus sonhos se desintegrando nos filmes já citados.
Confesso que a felicidade adolescente conseguiu persistir por mais tempo, o que foi recompensador ao ler as diversas análises e perceber que sim, eles acertaram dessa vez, mesmo que não tenha sido um 20 confirmado (sim, jogadores da 5ª edição talvez não entenderão essa piada).
Dessa forma, estou empolgado para assistir a esse filme D&D Honra entre ladrões e vou com o coração tranquilo.
Sem expectativas de ser uma obra que definirá o gênero, mas sim uma espécie de celebração antecipada dos 50 anos de Dungeons & Dragons.
Um filme que possa ao menos me entreter enquanto me relembra das inúmeras horas jogando aventuras em universos medievais fantásticos, mesmo que eles não tenham sido Forgotten Realms.
Texto escrtio por Arddhu, redator parceiro do Caixinha Quântica
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