Minecraft no D&D: Jogada genial
Esqueça qualquer live, de Critical Role a Celbit, esqueça qualquer menção na grande mídia, de Stranger Things ao filme que tivemos há alguns dias.
Sim, também esqueça a 5ª edição e qualquer outra ideia ou execução que você tenha visto envolvendo D&D e outras marcas ou produtos.
A maior jogada feita pela WotC para promover o D&D (e enfatizo, maior de todos os tempos) é Minecraft com D&D. Ao menos na opinião desse que vos escreve.
É uma jogada genial em níveis dificilmente calculados, algo como conseguir alguns 20 naturais em sequência.
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Mas talvez você discorde de minha opinião, então me acompanhe nas próximas linhas onde tentarei expor essa opinião e mostrar a você por quais motivos essa é a jogada mais genial e importante que poderia ser feita para fazer o D&D alcançar uma nova geração de forma concreta.
Minecraft no D&D: Mine o que?
Primeiramente, deixe-me apresentar a quem não conhece, Minecraft.
Esse jogo eletrônico lançado em 2009 é um sandbox de sobrevivência, o que significa que ao jogar, você pode explorar um mundo eletrônico de diversas formas, quebrando e coletando blocos e construindo coisas com esses mesmos blocos.
Claro que, se você não conhece o jogo, pode parecer uma descrição estranha e com nada genial, então vamos ao número que importa: Minecraft tem mais de 120 milhões de jogadores mensalmente!
Talvez o jogo mais bem sucedido de todos os tempos, Minecraft transcende o “é apenas um jogo” para algo que tem há mais de 10 anos feito parte da formação de crianças e sido estrutural para formas de pensar e entender o mundo.
Entenda que o D&D e o RPG contabilizam uma estimativa de menos de 50 milhões de jogadores mundialmente, com a maior parte desses estando em uma faixa etária geralmente acima dos 30 anos.
Geracional
Os números são expressivos o suficiente, mas o que os torna importantes é exatamente a faixa etária que eles abordam.
Embora nos últimos anos o RPG de mesa tenha conquistado cada vez mais adeptos, a faixa etária desses novos jogadores tem sido acima dos 20 anos, geralmente uma idade em que muita da personalidade já está formada e o RPG possa ser apenas algo passageiro.
Já o Minecraft faz parte da vida de crianças que estão em formação e levam isso para o resto de suas vidas, com muitas delas que possuiam seus 8 anos de idade em 2009, possuindo atualmente seus mais de 20 anos e ainda tendo essa referência profunda em suas personalidades.
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A inserção do D&D em uma máquina como o Minecraft tem o potencial de criar novas gerações que tenham o RPG.
No caso, D&D, como parte de suas memórias afetivas, o que pode gerar uma fenômeno ainda maior do que o do RPG em sua origem ou mesmo esse reavivamento que vivemos hoje em dia.
Interação
O grande poder de Minecraft está justamente em sua possibilidade de ter diversas formas de ser jogado, de forma similar ao RPG.
Mas a grande diferença está na entrega, com a imaginação não precisando ser alocada para pensar em aparência ou em sons, nem mesmo no cenário, mas podendo ser empregada para ideias e novas aventuras.
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Diferente do RPG tradicional, os jogos eletrônicos possuem essa entrega visual, com a qual a interação pode ser exercida dentro de um campo limitado, mas que ainda assim, fazem parte da realidade dessas pessoas.
Dessa forma, ao unir esses dois símbolos de interação e geração, o resultado pode ser extremamente impactante.
Não à toa, nos últimos anos a camada de interação com o RPG pela Internet tem sido trabalhada de forma contínua através das diversas ferramentas de mesas virtuais, cuja interação quase sempre é inspirada justamente nos jogos eletrônicos, como algo a ser alcançado.
Poder Financeiro
Uma das grandes reclamações da alta cúpula da Wizards of the Coast era o fato de D&D não render dinheiro suficiente.
Em parte isso se deve a entender que ele não atinge frentes o bastante pois, de fato, é um produto de nicho, que busca constantemente furar sua bolha e alcançar a graça das massas, de forma similar a como os quadrinhos fizeram com o universo cinematográfico.
Se de um lado temos Hasbro/ WotC, do outro lado temos Microsoft, duas gigantes de diversos campos, um deles sendo o entretenimento, onde as duas possuem sucesso e história suficiente para que essa empreitada seja algo realmente bem feito e não apenas um caça-níqueis momentâneo.
Duas fórmulas consagradas que podem parecer sucesso certo, podem esbarrar justamente nisso, a certeza.
Uma certeza pode gerar pouco investimento financeiro, o que nesse caso seria um imenso erro, pois da mesma forma que essa empreitada pode registrar D&D nos corações de milhões de crianças, pode também registrar como algo chato, datado ou desinteressante.
Tentativas de Jogos D&D
Embora há bastante tempo já se tenha tentado inserir D&D em uma realidade eletrônica, mais próximas das gerações atuais, nenhuma dessas tentativas conseguiu alcançar um grau de destaque, seja através do Dungeons & Dragons Online, ou mesmo através do Neverwinter Online.
Jogos com Icewind Dale e Baldur’s Gate até conseguiram deixar sua marca, mas mesmo o vindouro Baldur’s Gate 3 não consegue fazer frente ao que Minecraft representa para a vida de tantas crianças, adolescentes e adultos.
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Dungeons and Dragons e Stranger Things
Basta pesquisar em sua plataforma de vídeos favorita, os vídeos de Minecraft são tão numerosos quanto vários jogos somados.
Por esses motivos, considero que essa tentativa de fazer o D&D sair de seu nicho é talvez a mais importante já feita, afinal, tanto Critical Role, quanto Stranger Things, não foram ações executadas pela WotC, mas sim por pessoas que tiveram o RPG em suas vidas como algo transformador e alcançaram esses resultados em uma mistura de sorte e sagacidade.
Esses são os motivos que me fazem acreditar que essa pode ser a jogada mais genial que a WotC poderia fazer na atualidade, a jogada que pode fazer com que D&D não apenas volte a ter a mesma importância que teve no passado, ou atualmente, mas que possa alcançar níveis realmente épicos!
Texto escrito por Arddhu
